Jornal ÉME – 07.12.21 – O Presidente do MPLA, Camarada João Lourenço, anunciou nesta terça-feira (07/12) no Centro de Conferências de Belas, em Luanda, a criação do Conselho Partidário, durante a realização do 8º Congresso Ordinário do MPLA, a ter lugar de 09 a 11 do mês em curso.
De acordo com João Lourenço, o Conselho, será o órgão de consulta do Presidente do MPLA, em que integrarão os militantes que durante décadas prestaram um honroso serviço ao Partido.
João Lourenço teceu essas considerações quando falava na abertura da 7ª Sessão Extraordinária do Comité Central.
Apresentamos na íntegra o teor da intervenção do Presidente do MPLA a seguir:
“Conseguimos alcançar a paridade do género, e eu diria mesmo que as senhoras estão a ganhar. O Comité Central vai ter 346 homens e 347 mulheres. Fomos derrotados desta vez.
A segunda novidade é que nos nossos congressos, nós cumprimos sempre com o princípio da renovação e da continuidade, e este não foi excepção, portanto como dizia, na renovação ficaram de fora 156 camaradas.
Mas, é verdade que os militantes são todos iguais, aparentemente todos iguais, mas há militantes e há militantes.
No quadro desta renovação aproveitámos também fazer com que os camaradas de uma determinada geração aproveitem este congresso para fazerem a passagem do testemunho.
A grande riqueza que têm do seu percurso histórico no nosso Partido, deixarem para outras gerações, não diria propriamente para os jovens porque o Comité Central não terá só jovens na verdadeira acepção da palavra, mas terá gerações que estão abaixo desta a que me estou a referir.
Portanto, são camaradas que têm um grande valor por tudo quanto veem fazendo em prol do MPLA e do nosso país, camaradas com uma vida muito sacrificada, quer nas matas, nas cadeias ou simplesmente na clandestinidade em que foram os pilares durante décadas deste nosso glorioso MPLA.
Mas a vida é mesmo assim, em determinado momento tem que haver sempre sucessão por razões de diversa ordem, mas até mesmo por razões de idade.
É assim, que depois de consultados e tendo aceite, há um grupo de camaradas que vou citar os nomes que cedem os seus lugares na direcção do Partido para serem ocupados por camaradas de gerações mais novas, mesmo sem ser necessariamente jovens, quem tem 50 anos, 70 anos, não é jovem, mas é uma geração abaixo daquela que vou citar.
Estou a referir-me aos camaradas, Roberto de Almeida, Dino Matrosse, António França “Ndalu”, Amadeu Amorim, Francisco Magalhães Paiva “Nvunda”.
Pelo menos mais três camaradas que também não vão constar da lista do Comité Central, mas por razões de saúde, são os camaradas, Fernando Faustino Muteka, camarada Zau Puna e o camarada Batalha de Angola.
Portanto, ao todo são estes camaradas. O nosso Estatuto que será aprovado neste congresso prevê a criação de um órgão de consulta do Presidente do Partido com o estilo que é o Conselho da República a nível do Estado, estamos a chamar Conselho Partidário, mas, talvez possamos alterar o nome ainda vamos a tempo, chamar-lhe Conselho de Honra e que muitos destes camaradas que acabei de citar ou todos, portanto, vão integrar esse mesmo conselho por indicação do Presidente do Partido.
Bom dos nomes que citei por um lapso passou-me o nome do camarada Santana André Pitra “Petroff”, portanto, também se junta ao conjunto de nomes que acabei de citar.
Depois de décadas ao serviço do Partido e do país não se larga a Direcção do Partido, assim sem nenhum reconhecimento explícito do Partido que sempre serviu.
Por esta razão, estamos a preparar para a sessão de abertura do nosso Congresso uma homenagem digna a estes camaradas. Até lá vamos ver exactamente em que vai consistir esta homenagem que será uma homenagem digna.
Portanto, esta é a novidade antes de passar a palavra ao camarada Migueis. Eu tinha que falar para o público porque corríamos o risco de logo que se tomasse conhecimento de que os nomes dos camaradas não estão na lista de candidatos haver muita especulação a volta deste facto.
Nós estamos hoje numa sociedade onde se diz mal de tudo, falam-se verdades e inverdades e algumas dessas inverdades lesariam não apenas o bom nome e o prestígio do Partido como até eventualmente o bom nome e o prestígio dos camaradas que tomaram esta decisão de boa-fé.
Praticaram um acto que é nobre, mas que poderia ter outro tipo de interpretações. Era esta informação que gostaria de prestar antes de passar a palavra ao camarada Migueis”.