Jornal ÉME – Luanda – 08.11.23 – A Vice – Presidente do MPLA, Luísa Damião, proferiu nesta quarta-feira (08) na Sede Nacional do Partido, em Luanda, um discurso em alusão ao Dia 08 de Novembro de 1974, data da chegada da primeira delegação oficial do MPLA à província de Luanda, cujo teor transcrevemos na íntegra a seguir: 

CAMARADA PEDRO NETO, MEMBRO DO BP E SECRETÁRIO PARA ANTIGOS COMBATENTES E VETERANOS DA PÁTRIA E SECRETÁRIO-GERAL EM EXERCÍCIO,

CAMARADAS MEMBROS DO SECRETARIADO DO BUREAU POLÍTICO DO MPLA,

CAMARADA MARIA ANTONIETA BAPTISTA, MEMBRO DO BUREAU POLÍTICO DO COMITÉ CENTRAL DO MPLA E COORDENADORA DA COMISSÃO DE DISCIPLINA, ÉTICA E AUDITÓRIA,

CAMARADA ESPERANÇA PIRES, MEMBRO DO BUREAU POLÍTICO DO COMITÉ CENTRAL DO MPLA E SECRETÁRIA-GERAL ADJUNTA DA OMA,

CAMARADA CRISPINIANO DOS SANTOS, MEMBRO DO BUREAU POLÍTICO DO COMITÉ CENTRAL DO MPLA E 1º SECRETÁRIO NACIONAL DA JMPLA,

CAMARADA MANUEL HOMEM, MEMBRO DO BP DO COMITÉ CENTRAL

HONORÁVEIS MEMBROS DO CONSELHO DE HONRA DO MPLA,

CAMARADAS DEPUTADOS E DEPUTADAS À ASSEMBLEIA NACIONAL,

CAMARADAS DIRECTORES DO COMITÉ CENTRAL,

CAMARADAS MEMBROS DO SECRETARIADO DO COMITÉ PROVINCIAL DE LUANDA,

CAMARADAS DIRIGENTES E QUADROS DO MPLA,

ESTIMADOS CAMARADAS DA DIREÇÃO DA OMA E JMPLA,

 CAROS CAMARADAS,

Muito boa tarde à todos!

Caros camaradas,

É com grande satisfação e alteada responsabilidade que em nome do nosso Líder, o Camarada Presidente João Lourenço, endereço as nossas efusivas e patrióticas saudações a todos os presentes em representação dos milhares de militantes, simpatizantes e amigos do glorioso MPLA, neste  acto carregado de um valor histórico e simbólico que reforça a nossa unidade e coesão  em torno da nossa causa.

Volvidos 49 anos, celebramos com júbilo e com sentido de reflexão e introspecção o dia “8 Novembro de 1974”, data da chegada da Primeira Delegação Oficial do MPLA a Luanda, e temos o grato privilégio e a honra de termos entre nós, alguns membros que foram integrantes daquela patriótica delegação, para quem eu peço uma salva de palmas.

Estimados camaradas,

Por tão profundos feitos e todo um significado indiscritível da coragem e bravura patriótica dos nossos heróis, peço-vos camaradas, que em memória daqueles que partiram e dos pais fundadores do glorioso MPLA, prestemos uma justa e profunda homenagem com um minuto de silêncio.

Estimados camaradas,

Ao saudarmos, ao relembramos os factos e rendemos homenagem aos heróis da nossa história, nos fortalecemos, nos inspiramos e valorizamos com responsabilidade o seu legado.

Esta é uma soberana ocasião, para revisitarmos a nossa história, continuamos firmes e resilientes a lutar e a carregar o facho na certeza de com a força do passado e do presente continuaremos a construir um futuro melhor.

Assim, ao assinalarmos o “8 de Novembro”, celebramos e homenageamos, igualmente, a gesta heróica destes valorosos homens e mulheres, que no seu tempo, souberam de maneira altruísta, interpretar e assumir as responsabilidades que se impunham, no que se refere à salvaguarda dos mais nobres anseios e aspirações do Povo angolano, dedicando toda a sua força e juventude, para o alcance do propósito supremo, que era a descolonização de Angola e a proclamação da Independência Nacional.

Vale destacar que, entre os nacionalistas que integraram a patriótica delegação encabeçada pelo saudoso camarada Lúcio Lara, que no dia 8 de Novembro de 1974 aterrou de forma triunfal no então Aeroporto “Craveiro Lopes”, actual “Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro”, faziam parte alguns camaradas que integraram e integram ainda hoje o Conselho de Honra do glorioso MPLA.

Solicito uma vez mais, em gesto de reconhecimento, uma vez mais, uma forte salva de palmas!

São homens e mulheres cuja bravura e contributo para a construção da Nação continuarão marcados, de forma indelével, na memória colectiva do nosso povo e preencherão para sempre o imaginário simbólico das futuras gerações.

Estimados camaradas,

A gesta heróica que culminou com a chegada da primeira delegação oficial do MPLA a Luanda foi resultado de um longo processo de luta armada iniciado pelo MPLA no longínquo ano de 1961, jornada que exigiu dos angolanos, directamente ligados à guerrilha e não só, um elevado sentido patriótico e determinação para compreender as vicissitudes impostas pela luta, e responder convenientemente à cada fase do processo em si.

Assim, celebrar condignamente esta importante data histórica, em nosso entender, implica reconhecer os diferentes momentos do percurso e os seus protagonistas.

Neste sentido, um dos momentos inolvidáveis deste percurso e que reputamos como efectivamente determinante para os passos subsequentes da luta, foram os acordos de Luameji, na província do Moxico, entre o MPLA e as autoridades coloniais portuguesas, assinados a 22 de Outubro de 1974, cujo protagonista da parte do MPLA foi o Guia Imortal, o Saudoso Presidente Dr. António Agostinho Neto.

Este estratégico evento permitiu então as autoridades do Estado colonial português, após longos anos de guerrilha, reconhecer o MPLA como organização política oficial e digna representante do Povo angolano, com quem devia negociar o processo de transição, abrindo assim precedente político para os subsequentes acordos. 

Entretanto, as autoridades coloniais, obviamente, mantinham algumas reservas e mágoas, como se veio a confirmar mais tarde, com o ataque que estes protagonizam às posições do MPLA no bairro Vila Alice.

Caros camaradas,

Precisamos por isso, continuar a assinalar a dimensão histórica do percurso que nos levou à independência de Angola, transmitindo às novas gerações de militantes e aos jovens de forma geral que a chegada do MPLA a Luanda não foi uma mera acção espontânea, e muito menos um presente da potência colonizadora. Foi sempre um processo que exigiu a determinação, a estratégia política e grande sentido de missão de homens e mulheres, sobretudo, jovens, que na sua época, entregaram-se à guerrilha para realizar Angola e aos angolanos. 

Foi neste contexto que a Primeira Delegação Oficial do MPLA, chegou a Luanda a 8 de Novembro de 1974, trazendo o renovar da esperança ao povo e a certeza de que a Independência Nacional era uma realidade cada vez mais próxima, valendo-lhes a carinhosa alcunha de “libertadores da Pátria”, como se podia ouvir dos milhares de angolanos que afluíram ao Aeroporto para os receber e celebrar a sua vinda.

Caros camaradas,

Um breve olhar para a composição da primeira Delegação do MPLA, que desembarca a 8 de Novembro de 1974 em Luanda, permite às estruturas do Partido aos vários níveis retirar algumas ilações, na medida em que a referida delegação traz, de antemão, na sua estrutura, a matriz morfológica do que viria a transformar-se o MPLA enquanto organização política, um Partido de causas, um Partido inclusivo e representativo das diferentes franjas e culturas do nosso povo, alicerçando bem firmes as suas bases no seio deste mesmo Povo.

Passados 49 anos, o MPLA deve, sempre que necessário, olhar para o passado e, de lá buscar referências que o galvanizem a enfrentar os desafios do presente e do futuro, reconhecendo sempre que, desde a sua génese, o Partido contou sempre com a entrega abnegada das mulheres através da vitalidade da sua organização feminina a OMA e a força dos jovens filiados na JMPLA e com a sagacidade e coragem dos mais velhos, a par da solidariedade das organizações sindicais como a UNTA, devidamente representadas na primeira delegação oficial do MPLA a Luanda em 1974.

Caros Camaradas, como dizia, desta estruturação precisamos de continuar a retirar as melhores lições, que inspirem novos posicionamentos no âmbito da acção política partidária e que concorram para o reforço da nossa posição na actual conjuntura social, considerando os desafios que se apresentam.

Devemos continuar a ampliar cada vez mais, a vez e a voz dos públicos mais representativos da nossa população, com quem o MPLA deve continuar a contar para a materialização da sua micro e macro agenda.

Os desafios inerentes a mobilização e ao reforço da inserção do Partido na sociedade são hoje, colocados sob novas perspectivas, mas fica claro que o MPLA tem na sua memória exemplos que podem inspirar e dar luzes sobre o que fazer e como fazer para lograr os êxitos pretendidos no actual contexto.

Eventos do género são, portanto, oportunidades para, não apenas reavivar memórias mas sobretudo assegurar processos de aprendizagem interna, por meio do encontro com a história, assegurar a apropriação do legado e a sua difusão no seio dos militantes sobretudo entre os mais jovens, concorrendo assim, significativamente para o reforço da identidade política e para o processo de resgate da mística do Partido, com realce para os públicos mais jovens.

Esta acção deve por isso, continuar a motivar as estruturas do Partido afins a estas matérias, para a contínua investigação, recolha e sistematização do nosso acervo histórico, privilegiando a fonte oral, por meio de testemunhos dos protagonistas da nossa história política e partidária, pois assim, se assegura a perenidade da gesta heróica e das impressões de quem, na primeira pessoa, viveu estes eventos de capital importância para o nosso processo histórico e social.  

Termino esta intervenção agradecendo aos Departamentos e Gabinetes do Comité Central, que estiveram directamente empenhados para que este momento de homenagem e de reconhecimento da nossa história fosse possível.

Saudamos uma vez mais os protagonistas do “8 de Novembro de 1974”, augurando que o espírito heróico destes bravos camaradas continue presente nas gerações actuais de dirigentes e militantes do MPLA para continuarmos a enfrentar os desafios políticos actuais e do futuro, com honestidade, comprometimento e patriotismo.

DE CABINDA AO CUNENE UM SÓ!

UMA SÓ!

VIVA O MPLA!

VIVA O CAMARADA PRESIDENTE JOÃO LOURENÇO!

VIVA O 8 DE NOVEMBRO DE 1974!

A LUTA!

A VITÓRIA!

MUITO OBRIGADA PELA VOSSA ESPECIAL ATENÇÃO.