OPINIÃO

De: Militante Kambwengo

Qualquer que seja o Orçamento Geral do Estado, espera-se muito dele.

Se adicionássemos, 32 milhões de opiniões e pontos de vista, o equivalente ao número de habitantes, que a projecção censitária populacional de Angola aponta, nem sequer 10 orçamentos do estado, sairiam dali, em resposta aos anseios das famílias angolanas.

De tal maneira, que já se tornou comum, ouvir e ler, que o País tem um orçamento em dois, noves fora àquele que é um imperativo constitucional.

De um lado, temos o orçamento da UTOPIA, apoiado maioritariamente pelos optimistas, e do outro, o orçamento da CLAUSTROFOBIA, que é sustentado na generalidade pelos pessimistas.

O certo é que nenhum de nós precisa estimar a última tese, para dar valor a primeira hipótese.

Os pessimistas estão sempre inclinados a ver fantasmas no armário, acerca de supostas linhas imaginárias vermelhas, que eles próprios colocam no horizonte, com intuito de que as tensões e os conflitos sociais evoluam para fins conhecidos, que a própria razão não desconhece.

Os optimistas, procuram sempre olhar para as lições do passado, porque não têm compromisso, nem engajamento com erros e falhas, buscando sempre encontrar as linhas verdes, para continuar a caminhar no rumo traçado, nem que para isso corra riscos, sem, no entanto, ter receio de perder o controlo do volante.

Dito de outro modo.

Não obstante o Orçamento Geral do Estado para 2024, estar para já condicionado á variantes externas e internas imprevisíveis, o Executivo está orientado no sentido de ser flexível, quer na sua fase de apreciação, para posterior discussão na generalidade e nas especialidades, antes da votação e da aprovação definitiva.

Afinal, para quem interpreta o Relatório de Fundamentação do OGE 2024, entregue do dia 31 de Outubro último, á Assembleia Nacional, pelo Ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, fica consciente de que o País definitivamente, já não quer, e nem precisa voltar, para anteriores práticas que resultavam na execução deficitária do principal documento de gestão económica e financeira do País.

O OGE 2024, não é um exercício económico de se ficar bem, com Deus e com o Diabo.

O OGE 2024, não é um mero exercício político ou eleitoralista, onde se arrisca tudo, para em seguida deitar tudo a perder.

Por exemplo, claro que a subida vertiginosa da inflação, é assunto de séria preocupação.

Mas ela não é sinônimo de falência técnica e económica do Estado angolano.

É apenas um mecanismo de alerta, de que os meios financeiros alocados á disposição do OGE, são insuficientes.

Outro exemplo.

Não é o kwanza forte que faz o País.

Mas, sim o país que torna o kwanza forte.

Não é o OGE que financia uma economia.

Mas sim, é uma determinada economia que sustenta o OGE.

É por via do OGE 2024, que temos de começar a fazer tudo que está ao nosso alcance, para limitar ao máximo a importação de alimentos, que nós mesmos temos capacidade de colocar a nossa mesa, com os custos e benefícios que conhecemos.

Por último, vamos discutir, falar, interagir, trocar ideias a volta do OGE 2024, no espírito do “malembe- malembe”.

Pois se há vida, se há uma Angola, além do OGE 2024, então não haverá razões nenhumas para hoje começarmos a cavar trincheiras, ali onde ontem já construímos pontes.

No fascinante mundo do futebol mundial, diz-se que os prognósticos dos resultados, só devem ser feitos no final de cada jogo.

Não dá para ter o mesmo espírito em relação ao OGE 2024?