OPINIÃO

De: Militante Kambwengo

Não sendo possível, referir neste espaço de opinião, todas as lições que tirei, ao acompanhar ao pormenor às sextas eleições autárquicas, na história do povo irmão de Moçambique, realizadas no dia 11 de Outubro do ano corrente, permitam que  apresente no mínimo três lições.

Afinal, estas eleições autárquicas não decorreram num espírito de “maning nice”, como gostam de dizer os nossos irmãos do Índico.

LIÇÃO NÚMERO 1:

Adiantar não é chegar.

As autarquias não podem ser consideradas, condição de sobrevivência, para não dizer de existência para Angola e os angolanos.

Se o amor á Pátria não imperar entre nós, e se ela  não for a nossa maior divisa, não passaremos de um conjunto de pessoas que partilham o mesmo território, perdendo a noção clara, no tempo e no espaço, de que somos a “PÁTRIA UNIDA, UM SÓ POVO E UMA SÓ NAÇÃO”.

Nas últimas eleições autárquicas em Moçambique, ficou inequivocamente provado que o  ponto de partida de Angola, não pode ser outro.

Que passe necessariamente, por inverter o ciclo e fazer a nossa própria trajetória na construção da autonomia local, a maneira angolana.

 O que Moçambique fez ontem, não pode ser igual ao que Angola fará amanhã.

A ponderação deve ser o nosso passaporte, para a institucionalização de autarquias locais, seguras e sólidas, pois o amanhã só pertence às pessoas que se preparam hoje.

LIÇÃO NÚMERO 2:

A institucionalização das autarquias locais em Angola, não deve ser uma questão de pensamento único ou de consentimento mútuo.

Eu não conheço um País chamado ‘Angola territorial ‘, ou outro país conhecido como ‘Angola gradual’.

A realização efectiva das autarquias locais, deve ser inspirada na visão local, a maneira angolana, que abra espaço para a intervenção directa e decisiva dos cidadãos que convivem com problemas de cada dia, nos municípios e localidades onde elas vivem.

Realizar as autarquias com cautela, é melhor que realizá-la a qualquer custo,  cujo preço provavelmente as gerações futuras irão pagar, com todas as consequências daí resultantes.

Para que as autarquias locais, sejam o ponto de viragem na aproximação e na melhoria da prestação de serviços públicos aos cidadãos, é necessário que ela seja mais que um pacto social, e sim uma verdadeira parceria social, entre governantes e governados.

LIÇÃO NÚMERO 3:

Tempestade não se faz num copo de água, quer o copo esteja meio cheio ou meio vazio.

Está a se tornar uma situação deprimente, ouvir o puxa saco dos comentadores, quer na TV, quer na Rádio, propagandearem, que a questão das autarquias, deve-se a tal má amada falta de  ‘vontade política’ ou de  uma autorização prévia, do nosso senhor, ordens superiores.

Os nossos comentadores, têm de deixar de ver a questão das autarquias, como  miragem, e sim como uma realidade.

Infelizmente, os nossos comentadores, continuam a nos confrontar sim, a nos massacrar, com uma corrente de opinião pública, politicamente envenenada, que se afasta da recomendável análise realística e objectiva, que se impõe a nossa realidade, que é única.

Os nossos comentadores, têm de levar em consideração que no espaço público, os seus comentários, sendo só e apenas os seus, devem respeitar a inteligência alheia dos ouvintes e dos telespectadores, que no final do mês, através das suas contribuições fiscais, pagam as suas avenças.