De: Militante Kambwengo

Jornal ÉME – Luanda – 25.11.23- Durante o debate sobre o Orçamento Geral do Estado para 2024, discutido e aprovado, na generalidade pela Assembleia Nacional, no último dia 15, assistimos às intervenções dos deputados, em que uns tantos poucos, mostraram-se mais preocupados em defender as suas cores partidárias, do que assegurar uma avaliação realista e orientada para a satisfação do bem-estar dos cidadãos plasmados num dos principais documentos sobre a vida do País.

A dado momento do debate, diga-se, impróprio para cardíacos, algo bem natural em ambientes tensos de competição política, os poderosos holofotes dos que acompanhavam em directo a plenária viraram-se todos para um deputado, cujo nome reservo-me o direito de nem sequer mencionar.

Graças a sua intervenção, ficou uma vez mais revelada a outra face, por trás da máscara e da máquina, que a custa do vale tudo e em total desespero, procura conquistar o poder pelo poder, promovendo e fomentando actos públicos de insultos, incitação e ofensas ao poder democraticamente eleito, com o vil propósito de colocar em causa a imagem da Assembleia Nacional, dos Órgãos de Justiça e do Presidente da República.

Foi uma intervenção própria de quem está habituado a colocar alho na panela sem sal, pois passados esses anos todos, ainda temos deputados com graves problemas de não saberem colocar situações, pontualmente, por não ser apenas um problema de moral, mas sobretudo, de uma boa educação de berço, de não saber estar e não saber conviver na diferença, algo que ontem já devia estar ultrapassado.

Para não variar e perder o hábito de servir com irreprimível subserviência ao patrão, o chefe da bancada parlamentar do deputado em causa, num acto de procurar lavar o rosto com lixívia, fez uma intervenção já recorrente, que a todos os títulos foram deplorável, infeliz e irresponsável, procurando empolar a gravidade do sucedido.

Ao procurar minimizar a atitude a todos os títulos condenáveis do seu colega de bancada, acabou por dar o tiro no próprio pé, dando mérito a disciplina, a organização e união prevalecente na bancada parlamentar do MPLA.

Mas, como diz o ditado popular, “a bota não bate com a perdigota”, ou seja, começa a ficar claro, que alguma coisa não bate certo com outra, por parte de alguns deputados á Assembleia Nacional pela inobservância e constantes atropelamentos ao Código de Ética e ao Regimento Interno da Casa da Democracia angolana, e o juramento que prestaram no início do seu mandato, sendo o de defender e respeitar a Constituição e os Órgãos de soberania.

Como explicar aos nossos filhos, o triste incidente de má memória ocorrido no passado dia 15, na Assembleia Nacional?

Como responder aos nossos filhos, a pergunta inocente, mas que de ingênuas não tem nada, do tipo, os deputados afinal agem assim?

Tarefa difícil, mas possível.

É só encontrar os paralelismos certos.

NBS