Jornal ÉME – Luanda – 15.09.23 – A Vice-Presidente do MPLA, Luísa Damião, considerou nesta sexta-feira (15) em Luanda, Agostinho Neto como a maior figura da história angolana da 2.ª metade do Século 20.
A dirigente fez esta consideração quando discursava na sessão solene de abertura do Colóquio Nacional, que serviu para celebrar e homenagear a vida e a obra do Primeiro Presidente da República de Angola, Dr. António Agostinho Neto.
Eis o discurso na íntegra:
Camarada Pedro Neto, Secretário-Geral do MPLA em Exercício;
Camaradas Membros do Secretariado do Bureau Político do Comité Central do MPLA;
Camaradas Membros do Bureau Político do Comité Central do MPLA;
Camarada Ermelindo Pereira, Segundo Secretário do MPLA na província em Luanda;
Camaradas Membros do Comité Central;
Querida Camarada Maria Eugenia Neto, Viúva do Camarada Presidente, António Agostinho Neto;
Camaradas Membros do Conselho de Honra;
Camaradas Directores e Chefes de Divisão do Comité Central;
Senhores Deputados à Assembleia Nacional;
Dignos Auxiliares do Titular do Poder Executivo;
Ilustres Entidades Religiosas e Autoridades Tradicionais;
Egrégios Prelectores;
Distintos Convidados;
Caros Compatriotas;
Sejam todos bem-vindos!
É com elevado espírito patriótico que tenho a subida honra de, em nome da Direcção do MPLA e do Camarada Presidente João Lourenço, endereçar as nossas efusivas saudações a todos os presentes e em especial à família do pai e fundador da Nação Angolana, Dr. António Agostinho Neto.
Os nossos agradecimentos a todos os presentes por terem aceite o nosso honroso convite, para participarem neste Colóquio que o MPLA organiza para celebrar e homenagear a vida e a obra do Dr. António Agostinho Neto, que, reconhecidamente, é a maior figura da história angolana da 2ª metade do Século XX.
O Dr. António Agostinho Neto marcou profundamente o destino de Angola, tendo nos deixado todo um legado, dos quais, a mãe para a realização de todas as conquistas, a independência nacional e, na verdade, uniu um povo, numa só nação e num só estado indivisível;
Estimados Camaradas;
Ilustres convidados;
Temos motivos, todos os anos e em todo nosso percurso enquanto Partido, ontem e hoje, de traduzir os ensinamentos do Presidente “Neto” na nossa acção diária e como disse o Camarada Presidente João Lourenço e eu cito: “homenagear Neto é algo que deve acontecer todos os dias das nossas vidas, em cada atitude que tomamos perante o próximo, perante a Nação”.
Agostinho Neto, líder carismático, o médico profundamente humano, hábil diplomata de fino trato, o escritor da Sagrada Esperança, o estadista e herói nacional, é inevitavelmente, a figura dentre as elites locais do nacionalismo angolano que se destaca em primeira linha no panteão dos heróis da pátria, que teremos hoje a oportunidade de aprender com os nossos prelectores a quem desde agradecemos por terem aceite o nosso convite.
Caros Compatriotas;
Sob o lema “Juntos pelo Desenvolvimento de Angola”, realizamos aqui no Memorial, este Colóquio, quando faltam 2 dias para o dia 17 de Setembro, data que marca o nascimento do Guia Imortal da revolução angolana, que se estivesse em vida faria 101 anos, porém, ele continua vivo fruto das suas ideias que vão sendo estudadas em várias dimensões, felizmente, por docentes, discentes e em alguns países, Presidente “Neto” tem e faz cátedra.
O Presidente Dr. António Agostinho Neto deixou-nos uma rica obra. Um dos princípios que ele primou é o da solidariedade, ao anunciar em 1975 que «Angola é e será por vontade própria trincheira firme da revolução em África» ou, que «No Zimbabwe, na Namíbia e na África do Sul está a continuação da nossa luta». Com estes enunciados estava a estender o sentido de solidariedade pela fraternidade africana, ou seja, não somos felizes quando outros sofrem.
Mas o Presidente Agostinho Neto também estava a reafirmar a extensão dos laços históricos que ligam os povos do mundo porque, como nos lembrou o herói nacional, o isolamento é contrário à ideia de progresso técnico, cultural e político.
Como um verdadeiro homem de cultura, sustentou que a nossa cultura deve ser defendida e desenvolvida. O que não significa dizer que deve ser mantida em estagnação. Mas também disse que desenvolver a cultura não significa submetê-la a outras. O Presidente Agostinho Neto é sem dúvidas o herói da afirmação da identidade nacional.
A perspectiva do pai fundador da Pátria Angolana sempre procurou atribuir ao MPLA a missão charneira de promover a instrução do nosso Povo pois, para António Agostinho Neto, o essencial para o MPLA é a reconstrução do próprio homem, factor fundamental da reconstrução nacional.
O Presidente Agostinho Neto defendia a transformação da mentalidade do ser humano, a fim de que ele se considere como um homem digno e útil à sociedade.
Nos seus discursos referentes à construção da Nação, o singular poeta da Sagrada Esperança anunciava que para se sair do sub-desenvolvimento, era absolutamente necessário elevar o nível de educação do Povo, o nível da sua consciência política e desenvolver o conceito de Nação nas nossas populações. É necessário que se desenvolva em cada militante e em cada angolano, uma nova mentalidade, dizia-nos Agostinho Neto.
Assim, juntámos hoje, escritores, poetas, políticos, músicos e académicos neste Colóquio, que nos vão trazer do muito que há por se aprender sobre “Neto”, subsídios preciosos do legado do Presidente “Neto”, a saber: A dimensão política do Dr. A.A. Neto, em que será orador, o Camarada Roberto de Almeida, A dimensão Cultural do Dr. A.A. Neto, em que será orador, o Camarada Conceição Cristóvão e “A Dimensão da Literatura Revolucionária do Dr. A.A. Neto”, em que será orador, o Professor Doutor Abreu Paxe.
Aos nossos oradores convidados, queremos reiterar os nossos profundos agradecimentos por terem aceite o desafio de utilizarem do vosso saber para falarmos da vida e obra do Presidente “Neto”, nas dimensões políticas, culturais e académica.
Estimados Prelectores, consideramos fundamental o vosso contributo nesta actividade, pois, ficarão marcados na história do nosso partido, para afirmação da cidadania e da valorização da identidade nacional, das presentes e futuras gerações que, ao revisitarem as vossas ideias, aprenderão sobre o nosso percurso enquanto gerações antecedentes.
É nossa constante obrigação reconhecer e assegurar que, o legado do Presidente “Neto”, sem demérito para os demais companheiros de luta e de causa, não sejam esquecidos nunca. É nossa responsabilidade no nosso tempo histórico garantir que as novas gerações saibam “quanto custou a liberdade” e quem foram os seus actores e protagonistas.
Ao celebrarmos, neste ano e mês, o 101º aniversário natalício do nascimento do Guia Imortal, o Camarada Presidente António Agostinho Neto, Fundador da Nação angolana, o MPLA insta aos seus militantes, simpatizantes e amigos, e, sobretudo, à classe dirigente, a interpretar convenientemente a obra e vida do Presidente “Neto” que nos convida a uma permanente reflexão em torno do “ethos político” que estamos a construir e o que vamos deixar às presentes e gerações vindouras.
O legado do Presidente António Agostinho Neto continua presente e a inspirar o MPLA para inserir-se cada vez mais na sociedade e a corresponder aos anseios e aspirações dos angolanos.
Com estas palavras declaro aberto o Colóquio em homenagem ao Herói Nacional, o fundador da Nação Angolana, o Presidente Dr. António Agostinho Neto.
Muito obrigada pela Vossa especial atenção.