Jornal ÉME – Luanda – 11.10.23 – O mercado de produção de trigo em Angola já começa a apresentar sinais positivos, consubstanciados, essencialmente, no aumento gradual da oferta e do número de fazendeiros interessados no cultivo do segundo cereal mais produzido no mundo.

O Plano Nacional de Fomento de Produção de Grãos (Planagrão), instrumento de política pública do Governo, visa consolidar a estratégia de relançamento e aumento da produção de trigo.

Com uma capacidade de produção estimada em mais de 8 mil toneladas/ano, e com uma necessidade real de quase 600 mil toneladas/ano, que poderá ser satisfeita, a partir de 2024.

A título de exemplo, Angola conta actualmente com o contributo de 25 fazendas e 10 moageiras que garantem a transformação da farinha de trigo suficiente e com qualidade desejada atender a demanda do mercado nacional.

Para o relançamento da cultura de trigo no território nacional, o cronograma de execução do Planagrão, prevê a implementação nas províncias do Moxico, Lunda-Norte, Lunda-Sul e Cuando Cubango, numa área de 673 mil e 970 hectares para a produção em grande escala do cereal mundialmente conhecido como “ouro verde”.

Com a implementação dessas medidas, o país estará em condições de baixar, consideravelmente, os níveis de importação de farinha de trigo, contribuindo sobremaneira para abastecer o mercado interno e externo.

Dados da Direcção Nacional do Comércio Externo, órgão afecto ao Ministério da Indústria e Comércio, indicam que o país importou 18 milhões 15 mil e 812 quilogramas de farinha de trigo, de Janeiro a Junho deste ano, tendo custado aos cofres do Estado um valor de 11 milhões 920 mil e 765 dólares norte-americanos.

O Planagrão, programa lançado por iniciativa do Presidente da República, João Lourenço, em Dezembro de 2022, prevê aumentar a produção de cereais(trigo, arroz, soja e milho) dos actuais cerca de três milhões de toneladas/ano, para seis milhões de toneladas, a partir de 2027.

Texto: NBS