Jornal ÉME – Luanda – 05.03.2025 – O Presidente em Exercício da União Africana e de Angola, João Lourenço, repudiou terça-feira (04) no Cairo, Egito, quaisquer tentativas de deslocalização do povo palestiniano aos seus territórios e a contínua política de expansão dos colonatos e ocupação de territórios pertencentes à Palestina.

João Lourenço discursava na qualidade de Presidente em Exercício da União Africana na Cimeira Extraordinária da Liga Árabe sobre a situação em Gaza, Palestina, que decorreu no Cairo, Egito, onde defendeu igualmente a tolerância e coexistência entre religiões naquela região do mundo.

“Repudiamos quaisquer tentativas de deslocalização do povo palestiniano dos seus territórios, da contínua política de expansão dos colonatos, da ocupação e anexação ilegal de território pertencente à Palestina”, exortou o Presidente da União Africana.

“Defendemos igualmente a tolerância e coexistência entre religiões, evitando-se o fanatismo e radicalismo que pode conduzir ao exacerbar do ódio e da violência entre os povos”, afirmou.

João Lourenço reiterou também o compromisso da União Africana em trabalhar com a Liga Árabe “em prol do alcance de uma paz duradoura e sustentável no conflito que opõe Israel ao Hamas”.

Lembrou ainda durante a sua intervenção, que África tem manifestado sistematicamente o seu apoio incondicional à causa do povo palestiniano relativamente ao seu direito à autodeterminação, como aconteceu na recente Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana, onde reafirmaram a sua solidariedade a Mahmoud Abbas, Presidente da Autoridade Palestiniana.

“Reconhecemos a Autoridade Palestiniana e manifestamos o nosso total apoio à sua luta pelo direito à autodeterminação, conforme a resolução 149 das Nações Unidas de 1948 e resoluções subsequentes, bem como o seu território com base nas fronteiras anteriores a 04 de Junho de 1967 e Jerusalém Oriental como sua capital”, assinalou. 

A Cimeira da Liga Árabe, onde participou também o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, visou abordar a situação na Faixa de Gaza e na Palestina e o seu impacto na região do Médio Oriente, para o reforço de uma posição comum relativamente à causa do povo palestiniano e os desafios de reconstrução e regresso das populações, após mais de 15 meses de guerra.

Texto: JG