Jornal ÉME -Luanda -13.12.2025 – O Presidente do MPLA, João Lourenço, afirmou neste sábado (13), em Luanda, que o Partido está mais aberto e democrático do que nunca, rejeitando as acusações de ser uma estrutura fechada que não permite candidaturas múltiplas.

As declarações foram feitas durante o Acto Central alusivo ao 69.º aniversário do MPLA, que reuniu milhares de militantes e amigos, no município do Kilamba, província de Luanda.
Ao evocar a transição do país do sistema de Partido único para o multipartidarismo, o Líder do MPLA sustentou que o Partido “entendeu que tinha chegado o momento de abrir a sociedade à democracia” e que o fez “muito bem”, resultando hoje em liberdades e garantias “mais consolidadas” para os cidadãos.
Argumentou que esse mesmo espírito de abertura tem sido aplicado internamente, democratizando mais a organização partidária.
“Hoje, ouvimos dizer que o MPLA é um Partido fechado que não aceita múltiplas candidaturas, o que não é verdade”, declarou João Lourenço, utilizando como exemplo os congressos com múltiplas candidaturas realizados pela JMPLA e o previsto para a OMA, em Março de 2026.
O Estadista questionou as motivações por trás das recentes críticas, sugerindo que as mesmas não representam verdadeiras intenções de candidatura.

“As acusações são manifestações de interesse e não uma candidatura”, afirmou, equiparando os processos eleitorais internos dos partidos às renovações de mandatos em organizações desportivas ou profissionais.
João Lourenço foi mais incisivo ao caracterizar as vozes contestatárias. Segundo o Presidente, as manifestações públicas de descontentamento “não são candidaturas, mas sim, barulho, confusão e distracção”, para “atrapalhar o Partido nas questões importantes que devemos nos focar”.
O Presidente garantiu que o processo formal de selecção do candidato do MPLA à Presidência da República ainda não começou. “Não há no momento uma comissão de candidaturas”, assegurou, acrescentando que, no “momento exacto”, esta será anunciada publicamente, juntamente com as regras para a apresentação de candidaturas.

“O MPLA, no momento certo, vai ter o seu candidato, como manda a Constituição, no Tribunal Constitucional. Vai ser o candidato do Partido e não do João Lourenço, da Vice-Presidente ou do Secretário-Geral”, enfatizou, sublinhando a natureza colectiva da decisão.
A escolha, segundo garantiu, será feita pelos órgãos estatutários, o Bureau Político, o Comité Central e o Congresso, com objectivo de seleccionar um nome que represente bem tanto o Partido, como a Nação. “O MPLA ao escolher o seu candidato não olhará somente no Partido, mas sim, na Nação”, disse.
Num tom de antecipação da sucessão, João Lourenço expressou o desejo de que o seu sucessor “sirva melhor a Nação do que o actual Presidente”. E concluiu: “Se isso acontecer, sentir-me-ei orgulhoso”.
texto: NJ
Fotos: DG

