By: Nzongo Bernardo dos Santos
Como a generalidade dos cidadãos comuns, o que guardo de memória até hoje do I Congresso Constitutivo do PRA-JA Servir Angola, além dos já habituais e inevitáveis rituais de pendor carnavalesco, foi o número de militantes “extraterrestres”, que marcaram presença no conclave.
Como dizia um amigo (de feliz memória) e sociólogo de formação, é mais fácil domar um bando de quase 750 almas penadas do que grupos com menos de 40 ou 50 indivíduos.
Segundo a teoria em que se sustenta o sociólogo, quanto maiores forem os grupos, maior é a sua heterogeneidade. E vice-versa.
Se calhar foi justamente nisso que pensaram os “pseudocientistas” ligado ao partido dos “taxistas”, quando decidiram mostrar ao país e o mundo a moldura humana que abarrotou por completo o HCTA.
Outro momento do referido Congresso que vai perdurar definitivamente na memória de alguns cidadãos, por inusitado e patético que pareça, foi o “sobrenatural” lema corporizado visando o combate político a ter lugar em 2027.
“Ou somos Governo ou seremos parte do Governo”.
Era expectável que, em algum momento dos discursos proferidos durante o magno evento, alguém, nem que fosse para ser carne para canhão ou oferecer o corpo às balas, dissesse com diligência casuística, como pretendem atingir este objectivo.
“Nyet”.
Com essa garrulice de cotovia política apedeuta, os “muchachos” liderados por Abel Chivukuvuku deram a conhecer a sua essência política e intelectual.
O que fica por se saber é se também leram (se é que algum dia leram mesmo) “ O Príncipe”, de Nicolas Maquiavel.
Se leram na diagonal, de forma superficial, no escuro ou quem sabe no modo “tuxiatalalala”.
Só resta mesmo saber.
Para não ser conotado como o suspeito de costume, peço a alguém que estiver a ler esse post, que faça só chegar as pessoas intelectualmente pesadas do PRA-JA Servir Angola, que já provaram que podem ser tudo nesta vida, a mensagem do teólogo e filósofo alemão Dietrich Bonhoeffer.
“E o mar não está interessado e nem quer saber das tempestades movidas pelas ondas. O mar quer saber se você está levando o barco e tripulantes para aguentar as tempestades movidas pelas ondas”.
Porque na política, onde quem está na chuva tem que se molhar, nem que for a pingos, já li, vi e ouvi tanta coisa muito mais próxima de uma distopia.
Mas o que me despertou mesmo alguma curiosidade no Congresso do PRA-JA, foi a falta de genialidade, de criatividade ou talvez de sumidade invulgar, para distinguir aliados e inimigos.
Sukuama! Sim, mil vezes Sukuama!
Porém uma coisa é certa. E todos nós sabemos.
Há partidos que depois de 2027 correm o risco de deixar os seus nomes mais sujos que o “pau de Cabinda”!