Jornal ÉME – Luanda –15.05.2025 – Residentes palestinianos em Angola reuniram-se nesta quinta-feira (15), no Memorial Dr. António Agostinho Neto, para assinalar o 77.º aniversário da Nakba (“catástrofe” em árabe), o êxodo de 1948 que resultou na morte de milhares de palestinianos e na destruição de mais de 500 das suas povoações, marcando a criação do Estado de Israel.

A cerimónia de solidariedade e paz contou com a participação do Secretário do Bureau Político para Reforma do Estado, Administração Pública e Autarquias do MPLA, Mário Pinto de Andrade, em representação da Vice-Presidente do partido, Mara Quiosa.
O evento, organizado a convite do embaixador da Palestina acreditado em Angola, Jubrael Shomali, reuniu distintas figuras diplomáticas, políticas e académicas.
Durante o encontro, foram homenageados os cerca de 15 mil palestinianos que perderam a vida em 1948.
Mário Pinto de Andrade reiterou o apoio histórico do MPLA à luta do povo palestiniano pela sua liberdade e dignidade, traçando um paralelo com a luta de Angola pela independência.
O Secretário do BP apelou à comunidade internacional para a implementação das resoluções das Nações Unidas que preconizam a existência de dois estados soberanos e autónomos, lamentando profundamente a falta de reconhecimento internacional do que classificou como “genocídio contra o povo palestino na Faixa de Gaza”.

“Compete ao povo progressista do mundo continuar a apoiar com dignidade as causas dos povos palestinianos pela sua autodeterminação de ter um território e um povo que sejam governados por eles próprios”, enfatizou.
Por sua vez, o embaixador Jubrael Shomali sublinhou que a Nakba de 1948 continua a impactar a vida de inúmeros palestinianos deslocados para campos de refugiados em países vizinhos e na própria Palestina.
Denunciou ainda a intensificação da política israelita de “limpeza étnica”, referindo-se aos eventos de Outubro de 2023 e ao bloqueio imposto à Faixa de Gaza, que impede a entrada de bens essenciais e vitima milhares de civis.
Apesar do sofrimento contínuo, o embaixador manifestou esperança nos movimentos globais de solidariedade, particularmente o movimento estudantil nas universidades, vendo neles um prenúncio do “capítulo final da luta épica do nosso povo pela liberdade”.
A palavra Nakba foi utilizada pela primeira vez em 1948 por militares israelenses que falavam árabe, através de panfletos que alertavam os palestinianos para abandonarem as suas aldeias a fim de evitarem um “desastre” ou “catástrofe”.
Texto: NJ
Fotos: DG