Jornal ÉME – Luanda – 30.05.2025 – Em uma intervenção significativa na Conferência Internacional sobre o Papel dos Países da Linha da Frente na Libertação Total da África Austral, o General António França “Ndalu” enfatizou nesta quinta-feira (29), em Luanda, o papel importante da Batalha do Cuito Cuanavale na história de Angola e da África.
Na sua apresentação, sobre o tema “A Influência das FAPLA na Consolidação da Independência Nacional e na Libertação da Namíbia e Derrube do Apartheid”, França Ndalu destacou a importância da Batalha de Kifangondo na criação das condições necessárias para a proclamação da Independência Nacional.
Sublinhou o complexo caminho até a independência de Angola, que resultou na divisão do País em três territórios distintos, com zonas influenciadas pelos movimentos MPLA, FNLA e UNITA.
O General Ndalu reconheceu o apoio de movimentos de libertação aliados como o PAIGC e a FRELIMO, ao mesmo tempo em que mencionou a intervenção do exército do antigo Zaire no lado oposto.
Entre outros eventos-chave, o General também mencionou os confrontos no sul do País, na província do Cuanza-Sul, perto do Rio Keve, onde a destruição de pontes impediu o avanço do exército sul-africano em direcção a Luanda. Também destacou especificamente a Batalha do Ebo.
O PAPEL DOS PAÍSES DA LINHA DA FRENTE NA LIBERTAÇÃO DA ÁFRICA AUSTRAL
O antigo Presidente moçambicano Joaquim Chissano, que abordou o tema “A Formação dos Países da Linha da Frente e a sua Influência na Libertação da África Austral”, afirmou que a epopeia da libertação da África Austral e a queda do apartheid são aspectos marcantes da história da região e do continente africano.
Explicou que o conceito dos Países da Linha da Frente, iniciado há mais de 60 anos, deve ser entendido como um processo exposto aos fenómenos dos países vizinhos.
Joaquim Chissano descreveu a criação e operação dos Países da Linha da Frente como um acto de coragem extraordinária, alicerçado numa visão histórica única, especialmente dada a extrema dependência multidimensional, particularmente económica e laboral, do regime do apartheid.
A conferência realizada no Centro de Conferências de de Talatona reuniu antigos combatentes, académicos, líderes políticos, representantes das organizações regionais, membros de movimentos de libertação, veteranos da pátria, autoridades governamentais e outros participantes.
Texto: JG
Fotos: DG

