Por: Nzongo Bernardo dos Santos
Augusto Pedro Makuta Nkondo, conhecido popularmente como Makuta Nkondo, continua, como sempre e ao seu estilo, a partir toda a loiça, e mais alguma. Desta vez, revelando que a oposição em Angola faz da política um mercado paralelo de sobrevivência.
Menos de três meses após se juntar ao PRA-JA Servir Angola, por se declarar seguidor devoto do “mano Abel”, o “filipado” veterano político, sempre imprevisível, acaba de anunciar que está a arrumar as trouxas e as imbambas para sair pela porta dos fundos.
Sem papas na língua, acusa os partidos da oposição de serem democratas de sentido único, incapazes de virarem as cabeças para outros lados.
O eterno andarilho dos partidos políticos da oposição, que já teve “babulo” na UNITA, sentiu a “dizumba e o kibuzu” da CASA-CE, e chegou até a ser “paiado” na FNLA, explicou tim-por-tim que os programas políticos das forças vivas da oposição, que parecem ser tábuas de salvação para Angola, são na verdade sonhos políticos mal planeados e mal calculados, que ameaçam o futuro do país.
O “mulaula”, cuja filosofia de vida é laconicamente “vou morrer pela verdade”, foi mais longe ao afirmar que os partidos da oposição, que usam o chavão “contribuir para a democracia no país” como brinquedo favorito e de estimação, aproveitam-se da polarização política e da pretensa falta de memória colectiva para “embarrigar” as novas gerações com sabedoria malvada.
O alerta do “muadiakime” é realista e legítimo. Nem a ficção ousaria dramatizar tamanha selvajaria.
Curioso mesmo é que, se a economia angolana fosse tão liberalizada quanto a política doméstica, talvez os cidadãos pudessem brincar de “bisneiros”, enquanto a política ficaria reservada exclusivamente para fezadeiros, carreiristas e carteiristas.
Para Makuta Nkondo, existem nas formações políticas da oposição cidadãos “bazezas” e “boelos” , sem profissão, sem capacidade intelectual, sem mérito nem competência , que fazem dos partidos políticos seus Alfas e seus Ómegas.
Esses partidos garantem sempre o famoso “job for the boys”. O passado, presente e futuro desses indivíduos depende deles.
Sukuama! Não sei o que “deu bum” no dikota, que inspira respeito e (des)confiança dos angolanos, para sair todo “malaike” do PRA-JA.
Cá entre nós, Makuta Nkondo sabe o que todo o povo sabe.
Vale mesmo a pena confiar em quem cobra muito dos outros, quando tem pouco a oferecer a todos?
Permitam-me ser taxativo e categórico: os partidos da oposição que existem sob o sol político angolano estão todos impreparados. Sem excepção.
E mais: a sabedoria dos antigos ensina que, quando se entrega o cajado do poder a quem insiste em falar por cima da realidade, o rebanho corre não só o risco de se perder, como também de se vender ao lobo.