Jornal ÉME – Luanda – 04.12.2025 – A Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, defendeu, quarta-feira (04), em Luanda, a criação de estruturas capazes de acolher e proteger a criança desde o seu nascimento, para que o amor, a educação, o respeito e a resiliência sejam assegurados ao longo da vida.

Ana Dias Lourenço, que falava durante a cerimónia de lançamento do Instituto Nacional da Família, disse que a iniciativa constitui um marco para o país, sobretudo num contexto em que o abandono e a fragilização das estruturas familiares continuam a desafiar o sistema de protecção social.

Além da fuga à paternidade, a Primeira-Dama da República realçou que há necessidade de se olhar para a parentalidade como um todo, sendo que a discussão sobre a ausência parental deve ir mais além da tradicional.

“O abandono infantil envolve, também, mulheres que rejeitam os recém-nascidos”, sustentou Ana Dias Lourenço que também alertou para a necessidade de abordar a parentalidade sob uma perspectiva mais ampla.

A Primeira Dama da República apelou também para que projectos como “Criança Invisível” sejam analisados de forma integrada, considerando a realidade dos progenitores e a complexidade dos desafios que afectam as famílias.

Relativamente ao Instituto da Família, revelou que pretende estudar e propor caminhos para melhorar o processo de adopção em Angola, ainda pouco comum na prática social, assim como promover alternativas familiares ao acolhimento institucional.

Segundo Ana Dias Lourenço, “há quem defenda que as crianças não devem crescer em instituições, mas sim em unidades familiares. Precisamos olhar melhor para o processo de adopção, como tem sido feito e que outros instrumentos podemos usar para garantir que, desde o nascimento, as crianças estejam unidas a uma família”.

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