Jornal ÉME – Luanda – 03.03.23 – O aumento de 30 por cento da taxa de mulheres na investigação científica até 2027, segundo a Política Nacional para a Igualdade e Equidade de Género, é uma meta que será alcançada, garantiu esta quarta-feira, (01/03), a Vice-Presidente da República, Esperança Costa.

A governante, que discursava na abertura do Fórum “Mulheres e Jovens Mulheres na Ciência em Angola”, realçou o facto de a Política Nacional para a Igualdade e Equidade do Gênero, ser uma das grandes apostas do Executivo liderado pelo Presidente da República, João Lourenço.

Esperança Costa apontou em seguida alguns constrangimentos, freios e obstáculos para o alcance da meta preconizada, que passam, com maior pendor, pelo fraco acesso da mulher e jovem mulher à investigação científica.

Neste sentido, a Vice-Presidente da República partilhou com a assistência alguns resultados do “Estudo de diagnóstico sobre a inclusão e acesso à formação pós-graduada mais sensível ao género e aos grupos vulneráveis em Angola”, com intuito de levar a sociedade a olhar para os factos que implicam a necessidade de haver, no país, um maior acesso da mulher à ciência como forma de impulsionar e elevar a representatividade feminina no segmento da investigação e da pesquisa.

“Em Angola, o aumento exponencial da população estudantil universitária que se tem verificado, sobretudo desde 2009, também foi acompanhado de um maior número de mulheres a frequentar o ensino superior” frisou Esperança Costa.

Em 2019, segundo a Vice-Presidente da República, a percentagem de mulheres era de 46 por cento, sendo de realçar o facto de os registos de aproveitamento académico revelarem uma taxa anual de aprovação um pouco maior nas mulheres.

Apesar do avanço registado, a Vice-Presidente esclareceu que o aumento da frequência da mulher no ensino superior, não se traduz numa maior presença da mulher na investigação científica.

No entanto, Esperança Costa adiantou que as estatísticas demonstram que a nível da pós-graduação há um grande decréscimo da participação das mulheres, que representam apenas 24 por cento de discentes neste nível de formação.

Segundo a governante, o Executivo tem desenvolvido acções para empoderar jovens e mulheres para a ciência, destacando, entre outros, o Projecto de Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia, com atribuição de bolsas.

Referiu que, no âmbito do referido projecto a cargo do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, 55 por cento das bolsas de pós-graduação e dos financiamentos para o desenvolvimento dos projectos de investigação científica têm de ser alocadas a mulheres, partindo do pressuposto que cumprem com os critérios de candidatura.

Alusivo as jornadas “Março Mulher” e ao Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência, assinalado a 11 de Fevereiro, o fórum teve como principal objectivo promover a concertação de ideias, por via da partilha de informações e experiências, uma forma de aproveitar o contributo da mulher angolana no campo da ciência, no quadro dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) definida pela Agenda 2030 das Nações Unidas e pela Agenda 2063 da União Africana.

Texto: NBS