Jornal ÉME – Luanda – 09.06.2025 – O advogado Sérgio Raimundo, lamentou, recentemente em Luanda, a atitude do antigo dirigente da Unita, Eugénio Manuvakola, de tentar distorcer e manipular a história de Angola, sobretudo no período antes da Independência Nacional.
Sérgio Raimundo refutou a afirmação do antigo dirigente da Unita de que a facção do MPLA liderada por Daniel Chipenda foi responsável pela entrada do exército sul-africano em Angola.
O advogado também desmentiu a alegação de Eugénio Manuvakola de ter sido preso por sul-africanos ligado ao regime do apartheid, em 1975, entre Caconda e Caála, argumentando que as forças sul-africanas não haviam chegado àquela área nesse ano.
Como ex-militar das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), Sérgio Raimundo afirmou que “pessoalmente, estava na frete do Centro, em Balombo (Benguela ) .
Vi com os meus próprios olhos como as forças sul-africanas, que até então combatiam contra nós, quer as FAPLA, quer as FALA, mudaram de foco e tentaram chegar a Luanda antes do 11 de Novembro de 1975”.
“Eu, pessoalmente, estava na frente do Centro, em Balombo (província de Benguela). De acordo com o ex-militar das extintas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola, na altura “não havia nenhuma facção chamada Chipenda.
Essas chamadas tropas do Chipenda nunca foram uma força expressiva na chamada guerra civil, nem antes nem depois da independência”.
Sérgio Raimundo explicou que a presença de forças estrangeiras em Angola em 1975 se devia ao entendimento de que o grupo que controlasse a capital na data da independência proclamaria o novo governo, que seria reconhecido internacionalmente.
Historicamente, entre 1975 e 1976, durante a Operação Savana, a África do Sul interveio militarmente em Angola. Essa intervenção teve como objectivo apoiar a UNITA e a FNLA contra o MPLA, que recebia apoio de Cuba e da União Soviética.
A assistência sul-africana incluiu o fornecimento de armas e apoio logístico à UNITA.
Texto: NBS

