Jornal ÉME – 18.02.22 – O secretário do Bureau Político do MPLA para a Informação, camarada Rui Falcão refutou a ideia de uma resistência no seio dos militantes no combate à corrupção, nepotismo e impunidade.
Rui Falcão fez essas declarações durante uma entrevista que concedeu, recentemente ao Programa “Café da Manhã” da Rádio Luanda Antena Comercia (LAC).
O político afirmou categoricamente que, ao nível do MPLA “não há estas resistências”, apesar de reconhecer que “esta luta afecta maioritariamente as pessoas que estão ligadas ao Partido”.
Entretanto, reiterou que “é preciso, ter coragem para paulatinamente irmos fazendo esta depuração”.
Nas suas palavras, o dirigente advertiu que, é essencial não confundir o comportamento individual “com aquilo que são os princípios e os valores que o MPLA defende e o arreigo que nós temos ao Povo, não se compadece, não se compagina, com comportamentos desta natureza”.
Apesar de reconhecer que, o programa de combate contra à corrupção ter sido lançado em 2017, “o MPLA tem consciência que não eliminamos o problema neste mandato, e eventualmente nem serão nos próximos”, enfatizou.
Durante o diálogo franco e descontraído, Rui Falcão exemplificou que “há países que têm muito mais anos do que nós, uma estrutura administrativa muito melhor organizada do que as nossas, e debatem-se com problemas de corrupção”.
Rui Falcão indicou que, foram criados mecanismos de combate que não existiam no país, “e se tínhamos eram imberbes e não cumpriam o seu papel social”.
Hoje, os gestores públicos têm responsabilidades acrescidas, e poderes que não tinham no passado, agora cada um no exercício da sua função tem que exercer com sentido patriótico, de estado e agir para corrigirmos todos os males causados pela corrupção.
Em outra linha, relativamente a um alegado abrandamento nos processos judiciais em curso, o político ressaltou que, a justiça rege-se por prazos definidos, e que não se pode crer que processos tão complexos como os de ordem económica e financeira sejam resolvidos em 24 horas.
A este respeito, o secretário para a Informação do MPLA, explicou que “mesmo a justiça e a investigação muitas vezes têm dificuldades, por isso é que são processos complexos e a justiça trata de forma excepcional”.
“Até os timings são diferentes em relação aos processos comuns. As pessoas devem ser realistas que após a identificação do caso, segue para a investigação e depois transita para a esfera da justiça, e os trâmites são lentos”, acrescentou Rui Falcão.
O interlocutor considerou que os crimes económicos não são exclusivamente nacionais, as vezes são transnacionais, e a complexidade é muito maior. A justiça terá de percorrer os trâmites todos para se chegar a uma conclusão, “sob pena de se chegar ao fim do processo e dizer que não há provas para se condenar”.
Por outro lado, defendeu que, as instituições que investigam os casos de corrupção devem estar munidos de técnicas próprias e de recursos humanos especializados na matéria e vocacionados para a análise e tratamento do crime.
DN/HT