Jornal ÉME – Luanda – 05.07.24 – A Secretária do Bureau Político do MPLA para a Política Social, Maricel Capama, prestigiou, quinta-feira (04), no Museu de História Militar, o lançamento da obra intitulada “Benito de Angola – o pintor de Cristo moreno”, do escritor Roderick Nehone, que narra a estória sobre a tragédia da escravatura e o cruzamento dramático de culturas entre os povos de vários continentes.

O lançamento da obra de Roderick Nehone, pseudónimo literário de Frederico Manuel dos Santos e Silva Cardoso, para além de Maricel Capama, que representou a Vice-Presidente do MPLA, Luísa Damião, contou com a presença de políticos, académicos e membros da sociedade civil.

O exemplar de 304 páginas e 35 capítulos foi apresentado pelo professor Arlindo Isabel, que fez uma incursão analítica aos principais assuntos abordados na obra literária, incluindo o perfil do autor.

Já na interação com o público, o compositor explicou que se inspirou na história de Pedro Dálcon ou Benito, um escravo proveniente de Angola, que sem conhecimento de pintura e devoção, marcou a história daquela cidade pintando na parede de uma confraria de escravos em Lima, capital do Peru, a imagem de Jesus Cristo, a que passaram a denominar de “Cristo moreno”.

O escritor narra que aquela efígie resistiu de pé a vários terramotos que destruíram parcialmente a cidade e, por essa inexplicável razão, converteu-se no padroeiro do país, “o Senhor dos Milagres”, um lugar de peregrinação dos seus habitantes que, com fé, pediam a sua protecção contra todos os males que assolassem as suas vidas.

Durante a sua abordagem, o autor aprofundou no mundo da imaginação a vida daquele escravo negro, a sua saída de Angola e como atravessou mares até ao Perú, bem como, a tragédia da escravatura e o cruzamento dramático de culturas entre os povos de África, da América e da Europa.

O autor tem vários livros, tais como, Génese, Poesia, Estórias dispersas da vida de um Reino, o Ano de cão, Peugadas de musa, Tempos sem véu e outros.

Texto: NJ

Fotos: AP