OPINIÃO
Jornal ÉME – Luanda – 29.08.24 – Algumas notas se sobressaem no conjunto da avaliação do discurso proferido pelo Presidente do MPLA, João Lourenço, durante a sessão de abertura do inédito e histórico encontro mantido nesta segunda-feira (26) em Luanda, com os Primeiros Secretários dos CAP de todo o País.
Diga-se, que não foi um discurso fácil, porque os tempos não estão fáceis para ninguém.
Porém, foi um discurso objectivo, realista, exigente, agregador e mobilizador.
O Presidente João Lourenço, foi popular sem ser populista e realista sem ser separatista.
João Lourenço falou abertamente com os Primeiros Secretários dos CAP e os motivou a mobilizar todos os militantes para os grandes desafios do País.
Se por um lado as opiniões de circunstâncias sejam inevitáveis, e as críticas específicas sobre o conteúdo do referido discurso sejam incontornáveis, por outro lado há que dar todo o mérito ao Líder do MPLA em reconhecer que no seio do Partido existe um elevador social que permite os militantes de base sonharem e aspirar em progressos e avanços na sua carreira ou condição política – partidária.
E mais do que isso.
João Lourenço destacou que este elevador social, que por uma ou outra razão, ficou estático por algum tempo, vai voltar a trabalhar como toda a dinâmica que o contexto exige e reclama.
Mais do que procurar “culpados” extrapartidários para os muitos obstáculos que o MPLA enfrenta e tendo feito uma prévia leitura dos factos e dos tempos, João Lourenço apresentou uma visão diferente sobre a interpretação do slogan ” Todos para as bases, Todos para as Comunidades”.
No discurso, o Presidente João Lourenço, reconheceu que é preciso trabalhar arduamente para encurtar ou dirimir ao máximo o distanciamento e até mesmo um certo descontentamento entre as estruturas de base do MPLA e as lideranças do Partido.
João Lourenço mostrou que a estratégia para que a máquina partidária esteja afinada e em prontidão “combativa”, passa por um aturado trabalho de orientação, coordenação e comunicação entre a Direcção do MPLA, as respectivas lideranças e as estruturas de base.
O discurso ficou ainda marcado pelo facto do Presidente João Lourenço, não ter caído na tentação de recorrer, como habitualmente faz o principal partido da oposição, a aspectos propagandísticos e populistas, tendo dado a devida consideração, dignidade, relevância e reconhecimento aos militantes que nas bases, faça chuva, faça sol, são como formigas que nunca param de trabalhar, enquanto que a cigarra anda por aí a dançar e a cantar pelos resultados “extra-ordinários” de em Agosto de 2022.
Enfim, é caso para dizer que os CAP vieram para Luanda com expectativas e partem de Luanda com respostas.
Tenho dito.
De: Nzongo Bernardo dos Santos