Em comemoração ao 28º aniversário do Jornal ÉME, Tany Narciso relembra a sua trajectória à frente da criação do órgão de imprensa, uma proposta do Bureau Político do MPLA em 1996, com o objectivo de reestruturar o antigo Jornal do Partido.

Tany Narciso, que já tinha experiência no DIP do Comité Central e no Jornal Vitória é Certa, foi convidado para dirigir o novo projecto. No entanto, ele questionou a falta de uma linha editorial clara e de uma equipe de redacção. A princípio, a ideia era que militantes contribuíssem com os textos, mas Tany Narciso insistiu que um jornal precisava de uma estrutura profissional.

Após apresentar as suas propostas ao Bureau Político, liderado pelo Camarada Presidente José Eduardo dos Santos, foi decidido que o jornal teria uma redacção estruturada e outras condições para manter-se activo.

Sob sua liderança, o Jornal ÉME tornou-se um veículo de cobertura das actividades do Partido, com distribuição nacional e correspondentes nas províncias. Ele espera que o Jornal ÉME continue a evoluir, aproveitando as novas tecnologias para cumprir o seu papel.

Por ocasião do 28º aniversário da fundação do Jornal ÉME, órgão central do nosso glorioso MPLA, que se assinala a 17 de Setembro, consubstanciado pelo lançamento ou apresentação da sua primeira edição, venho manifestar o meu orgulho por ter estado na génese da sua criação e existência (leia-se resistência) durante os seus primeiros 14 anos.

Digo “resistência” porque, como jornal do Partido que suportava (e suporta) o governo, encontrámos muitas resistências para mantê-lo de pé, às vezes porque faltava em alguns actores o cabal entendimento do seu carácter, essência e objectivo, e também foi preciso lutar sempre contra a costumeira e sobejamente conhecida oposição ao MPLA.

Hoje, olho para trás e agradeço ao camarada Víctor Nataniel Narciso “Tany”, que apostou em mim, desde o início, para chefiar a redacção do Jornal ÉME e deu-me total liberdade para completar a equipa de jornalistas encarregue de levar avante o projecto, respeitando a sua linha editorial.

Congratulo-me também por ter merecido a confiança da direcção do Partido para assumir a direcção do jornal, em substituição do camarada Tany Narciso, chamado para outras funções no exterior do país quando o ÉME tinha sete anos de existência.

Trabalhar no Jornal ÉME foi uma experiência única que me possibilitou estar perto do centro de decisões e da mais alta hierarquia do meu Partido, o que permitiu aprender bastante com os nossos dirigentes, particularmente com os vice-presidentes, camarada Roberto de Almeida e camarada Pitra Neto, com os secretários-gerais, camarada João Lourenço e camarada Dino Matrosse, bem como com os secretários do BP para a Informação, camarada Mário António, camarada Kwata Kanawa e camarada Rui Pinto de Andrade.

Apesar de todas as dificuldades e limitações financeiras, sempre senti a presença, o acompanhamento e a exigência da cadeia de mando do Partido. Com a nossa valorosa equipa de trabalho em acção, o Jornal ÉME era impresso regularmente e infalivelmente distribuído, chegando ao lugar mais distante dos centros urbanos e ao estrangeiro, onde se encontrasse um militante.

O meu desejo é que o Jornal ÉME volte a ser impresso, para que possa regressar aos Comités de Acção do Partido, aos nossos CAP, às mãos do militante de base, que sempre recebeu com alegria e responsabilidade a mensagem partidária encaminhada por essa via.

Bem-haja!