Jornal ÉME – 07.01.22 – O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, considerou, quinta-feira (6) que o facto do principal adversário político recorrer à formação de uma coligação (Frente Patriótica Unida) para enfrentar o MPLA, significa que não consegue vencer sozinho.

João Lourenço teceu essas declarações, quando falava numa entrevista colectiva em que participaram cinco órgãos de comunicação social, nacionais e estrangeiro, em que foram abordados questões ligadas a situação económica e política do País.

O Presidente da República ao avaliar alguns posicionamentos políticos, disse que nas eleições anteriores “sentiam-se suficientemente fortes para individualmente enfrentarem o MPLA e hoje, acham que não”. “Se calhar estão piores que estavam há alguns anos”.

E deu a resposta, “então não precisa dizer mais nada, está aí o sinal de reconhecimento da parte deles próprios de que sozinhos, talvez não vençam o MPLA, precisam-se coligar, então que se coliguem”.

Desde as primeiras eleições de 1992, que a oposição tem feito uma má avaliação do teatro das operações, referiu o Presidente da República.

“Diziam que o MPLA não tinha hipóteses, pelo simples facto de até aquela altura ter sido o partido único, mas com abertura do multipartidarismo, já diziam “calças novas em Setembro”, mas não aconteceu naquela altura e nem nos seguintes, apontou.

O Presidente reafirmou o que há muito se sabe e ali ficou uma vez mais evidente “para essas eleições, continua a haver uma má avaliação do teatro de operações e não sei se mobilizar jovens para praticar actos de vandalismo e arruaças, se isso é um sinal de que a oposição está forte”.

Revelando estes posicionamentos negativos dos adversários políticos, começou por lembrar que “se a oposição só sabe fazer isso, então, acredito que seja mais uma vez um erro de má avaliação”, enfatizou o Presidente.

O MPLA, reafirmou, “ está preparado para enfrentar o adversário, quer se apresente sozinho ou coligados. A oportunidade de ganhar existe sempre, tudo depende da postura do jogador, de como é que se prepara” e de “como é que se joga”.

Para João Lourenço “a oportunidade é igual para todos os concorrentes, as pessoas devem ter em mente que o eleitor é o nosso juiz e não é burro”, referiu.

Por isso, garantiu o Chefe da Nação angolana, o cidadão votante, “sabe fazer as suas leituras, não vai entregar a vitória a um concorrente só porque acha que chegou a minha vez e estou no direito de vencer as eleições”.

Ao falar sobre o direito fundamental do cidadão participar da vida política, João Lourenço, destacou que “todos estão no direito, mas só estar no direito não chega. Está no direito desde que a candidatura seja aprovada no Tribunal Constitucional. Daí para frente, depende do que vai passar no terreno”, sublinhou na ocasião.

Texto: NJ/HT