APROCAL ADMITE POSSÍVEL AUMENTO DOS PRÉMIOS

Jornal ÉME – Luanda – 15.02.23 – O presidente da Associação Provincial do Carnaval de Luanda (APROCAL), Victor Nataniel Narciso, destacou, que existe a possibilidade, nesta edição do Carnaval, dos prémios serem aumentados, em relação aos valores de 2020.

Em 2020, a APROCAL estipulou um orçamento de 180 milhões de Kwanzas para a realização do Entrudo na capital angolana.

O valor em causa serviu para apoiar os grupos, tendo em conta a aquisição de material,e para os prémios destinados aos cinco primeiros colocados nas três classes ( A e B, em Adultos, e infantil).

Victor Nataniel Narciso explicou que para o êxito da edição do Carnaval 2023, a Aprocal trabalhou e apoiou os grupos na medida do possível de forma a organizarem-se.

O presidente da APROCAL admitiu que para a realização do carnaval têm recebido apoios, mesmo com reservas, sobretudo de empresas novas que estão no mercado.

Adiantou que o Governo também vai honrar os seus compromissos e tudo ficará resolvido nos próximos dias “tarde, mas vale a pena”.

No entanto, Tany Narciso referiu que o regresso dos grupos a marginal não implica muitas novidades e provavelmente será feito um carnaval muito semelhante ao de 2020.

“Vamos ver algum decréscimo por exemplo nas alegorias dadas as dificuldades. Uma boa alegoria fica em dois milhões e 600 kuanzas e hoje os grupos não estão em condições de poder trabalhar nesse sentido”, salientou.

Tany Narciso acrescentou que vai haver muita boa música, indumentária e alguma inovação na criatividade, dança e canções, frisando que os grupos vão falar do quotidiano como a Covid-19, alegria e paz.

O responsável adiantou que o tema do Entrudo escolhido para 2023 está ligado a “Luanda precisa de Ti”, ressaltando que com a cultura vai-se ajudar a desenvolver, mudar e melhorar Luanda.

Tany Narciso enfatizou que a sua pretensão é voltar a ver o carnaval de rua, dar maior dignidade dos grupos, o seu funcionamento, assim como das suas sedes.

“Os grupos passam-nos uma riqueza tão grande que ao perdermos, deixamos de saber quem somos e de onde viemos”, sublinhou.

Por isso, quando se fala da vivência do carnaval sentem-se toda a alegria e satisfação, para poder permanecer, manter e melhorar o Entrudo.

Para o presidente da APROCAL o carnaval teve várias etapas e já não volta aos de dez anos, nem de 20 e de 30 onde dançava-se com grupos pequenininhos e mal vestidos. O carnaval hoje tem uma dinâmica e está a dar o salto qualitativo.

A aspiração de Tany Narciso é de ver toda a gente a dançar o carnaval, fazendo dele uma manifestação cultural de cada um dos angolanos.

“O carnaval não pode ser só da periferia, o exótico, folclórico que as pessoas vão para ver o diferente, as pessoas têm que participar”, salientou.

A Associação Provincial do Carnaval de Luanda (APROCAL) foi criada em 1999, com o objectivo de ajudar na realização da “festa do povo” na capital, assim como servir de elo entre o Ministério da Cultura e os grupos carnavalescos.

Texto: JG – Fotos: DG
Edição: LG