Jornal ÉME – Luanda – 14.06.2025 – “O desafio de cruzar fronteiras é a síntese das mulheres que atravessam limites geográficos, emocionais, culturais, económicos e sociais em busca de oportunidades para sonhar pela esperança de um futuro melhor.”

Com estas palavras, a Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, abriu a Conferência Internacional da Mulher, organizada pela Organização da Mulher Angolana (OMA) em 13 de junho, no Hotel Intercontinental, em Luanda.
Sob o lema “Mulheres Cruzando Fronteiras: Suas Histórias e Sonhos”, o evento celebrou o mérito feminino em diversos sectores, como político, económico, social, agrícola, industrial, engenharias, comércio, finanças, tecnologia, turismo e transportes.
A Primeira-Dama da República abordou o tema “Empoderamento Político e Económico das Mulheres ao longo dos 50 anos da Independência Nacional”.
Na sua prelecção ressaltou que o desafio de cruzar fronteiras sintetiza a jornada de mulheres que superam limites geográficos, emocionais, culturais, económicos e sociais em busca de oportunidades e da esperança de um futuro melhor.
A prelectora destacou o papel crescente das mulheres angolanas, nos últimos 50 anos, especialmente em posições de liderança nas esferas do poder político, onde têm desempenhado funções relevantes na tomada de decisões e na implementação de políticas públicas que impactam directamente a vida das comunidades.

No sector económico, há um registro significativo de mulheres que prestam serviços essenciais, a produzirem e a transformarem bens e produtos que contribuem tanto para o consumo popular quanto para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
“As mulheres que cruzam fronteiras são símbolos de resistência, de esperança e de renovação. As suas histórias e sonhos são sementes que, quando cuidadas, florescem em oportunidades, em igualdade e em progresso para todos juntos homens e mulheres construírem pontes e não precisarem mais escolher entre sonhar e realizar”, salientou a Primeira-Dama.
Ana Dias Lourenço fez uma incursão histórica, lembrando que o empoderamento económico e empresarial da mulher angolana teve um marco importante com a institucionalização do microcrédito em 1997, reconhecido como um instrumento relevante para a inclusão social e econômica.
Com uma plateia bastante concorrida, a prelectora enfatizou que o empoderamento político e económico da mulher em Angola é um objectivo importante para o desenvolvimento sustentável e equitativo do País.

No entanto, apontou desafios estruturais, políticos e econômicos que precisam ser superados. Estes incluem a melhoria das estatísticas, o cumprimento das metas assumidas para mulheres em posições de liderança, o combate à discriminação e a promoção do acesso feminino à educação, ao ensino superior, à formação política e ao emprego.
A conferência contou com a presença de diversas personalidades, entre as quais a Vice-Presidente do MPLA, Mara Quiosa, o Secretário-Geral do MPLA, Paulo Pombolo, a Vice-Presidente da República de Angola, Esperança da Costa, o Primeiro-Secretário do MPLA em Luanda, Luís Nunes, e membros do Secretariado do Bureau Político do MPLA.
Texto: DN
Fotos: AF