O regresso à somalização de Angola

O MPLA voltou a ser atacado. Desta vez, os malfeitores não esconderam-se e de rostos visíveis, munidos de catanas, pedras, paus, garrafas e facas, mostraram que só a destruição e a intolerância política são os seus apanágios.

Foi um ataque propositado, com a finalidade de criar em Angola uma cultura da intolerância e do medo, quando estamos às portas das eleições de 2022. A mesma táctica e os mesmos objectivos, se recuarmos no tempo.

A falta de tolerância encontra o lado negro da força quando se fixa na negação da existência do outro, quando falta a capacidade de lidar com os diferentes modos de pensar. Ora, depois de Luanda, militantes da Unita, definitivamente organizados, atearem fogo às instalações do Comité Municipal do MPLA em Sanza Pombo, província do Uíge.

Com o espírito sanguinário e insatisfeitos, destruíram bens públicos como a rádio local e a residência da administradora municipal de Sanza Pombo, no último final de semana do mês de Março.

Aqui entre nós, a Unita tem estado a atiçar os ânimos para que, cada vez, o pacato cidadão sinta que as coisas andam fora do controlo das autoridades governamentais, apregoando que os ânimos andam mais acirrados, tratando as diferenças como inimizades.

Isso não é democracia, meus caros! É um comportamento verdadeiramente antidemocrata e arruaceiro. Por temperamento e convicção, deviam procurar se comportar dentro das regras da civilidade democrática.

Deviam ouvir e respeitar não só os “nossos”, mas os “outros”. Ouvir não quer dizer concordar, mas prestar atenção ao ponto de vista do interlocutor.

Boateiros inventaram que o mote terão sido as actividades partidárias, justificadas como causadoras do confronto, autorizadas pela Administração Municipal de Sanza Pombo e, a certo ponto do percurso, cruzaram-se, desprevenidamente, provocando um “choque brutal” entre os militantes, derivando na ira dos “fiéis” da UNITA, tendo estes, em acto descontrolado, desferido um ataque ao Comité do MPLA, causando danos sem precedentes nos últimos anos na região.

Angola precisa, neste momento, de uma oposição que una as forças democráticas e que respeite o funcionamento das instituições e da economia, não só cuide de manter a ordem pública, mas olhe para as carências do povo e seja honesto.