Jornal ÉME – Washington – 01-12-23 – O Chefe de Estado Angolano, João Lourenço, reiterou nesta quinta-feira, em Washington-DC, que Angola está aberta para cooperar com os EUA em vários domínios, entre os quais, a agricultura.

O Presidente João Lourenço que intervinha na abertura das conversações com o homólogo norte-americano, Joe Biden, na Casa Branca, durante a visita de Estado que efectuou àquele país americano, manifestou o interesse da abertura de parcerias estratégicas em várias outras áreas de interesse, entre os quais, a agricultura, energia, transportes e exploração do espaço.

João Lourenço aproveitou a ocasião para felicitar Joe Biden pelo facto de ter sido o primeiro Chefe de Estado dos EUA a mudar o paradigma da cooperação com a África.

O Presidente da República recordou também que esteve na Cimeira EUA-ÁFRICA, em 2022, altura em que Joe Biden prometeu olhar África com outros olhos, investindo nas infra-estruturas necessárias para o desenvolvimento do continente.

Neste sentido, o Chefe de Estado angolano, pediu o envolvimento dos EUA no Corredor do Lobito e em outros projectos do ramo das telecomunicações e energia limpa.

De acordo com o Presidente angolano, “essas infra-estruturas vão ajudar não só Angola, mas grande parte do continente”. João Lourenço considerou que “o encontro desta quinta-feira marca o começo de uma nova página nas relações entre os EUA e África” .

“Trata-se de uma nova página que se abre nas relações de cooperação entre os EUA e o continente africano”, referiu .

RELAÇÕES BILATERAIS SATISFATÓRIAS

O Presidente João Lourenço, manifestou a sua satisfação pelo nível das relações existentes entre Angola e os Estados Unidos da América.

Pelo nível que atingiu, João Lourenço considera que estão “bastantes altas, Angola e o continente africano saem a ganhar”. A histórica viagem de João Lourenço a Washington, decorreu no âmbito das comemorações dos 30 anos de estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois Estados, formizadas no ano 1993.

Esta formalização do vínculo bilateral dos dois países, pôs fim a uma fase de tensões políticas e de confrontação indireta, iniciada logo depois de Angola tornar-se independente, em 1975, como resultado da Guerra Fria que opunha a ex-URSS e os EUA.

Entretanto, só em 1993, foi possível normalizar a situação e estabelecer relações diplomáticas formais, que têm atingido novos patamares nos últimos anos, aproximando os dois países e povos.

PARCERIA ECONÓMICA ESTÁVEL

A cooperação económica entre Angola e os Estados Unidos da América é estável. Angola, é hoje o terceiro maior parceiro comercial dos EUA na África Subsariana.

O petróleo tem sido um dos principais activos dessa parceria estratégica, não obstante que a cooperação diplomática aumentou nos últimos anos, de modo que permitiu aprovar vários projectos.

PROJECTOS FINANCIADOS

O encontro de Washington, entre os Presidentes João Lourenço e Joe Biden, produziu financiamentos à investimentos nacionais, entre os quais, o da área de energia renovável, cujo valor é de USD 900 milhões, no quadro dos projectos desenvolvidos pela companhia americana Sun África e o da área de infra-estruturas, aprovado, com um montante de USD 363 milhões para a companhia americana Acro Briz, que vai construir pontes metálicas em 18 províncias de Angola.

No Corredor do Lobito, em Benguela, o Governo americano conta investir USD 250 milhões, em vários outros projectos ligados à área da digitalização.

Para o efeito, foi aberta uma linha de cooperação com a companhia Africell, para a digitalização do dinheiro, no âmbito de um programa denominado ‘Dinheiro digital é melhor’, com um investimento de cinco milhões de dólares.

Outro projecto para o país, está relacionado para a área do ambiente. Para a materialização do projecto, os EUA estão a investir, no Delta de Okavango, cerca de USD 7,5 milhões.

Texto: JV