Jornal ÉME – Joanesburgo – 27.03.2025 – O ministro da Cultura, Filipe Zau, reuniu-se em Joanesburgo, na África do Sul, com o seu homólogo Gayton McKenzie, à margem da cerimónia de comemoração do 37º aniversário da Batalha do Cuito Cuanavale, que nas “terras de Madiba”, teve lugar em Pretória.
Durante o encontro, os dois ministros avaliaram pontos fundamentais para a cooperação bilateral no domínio do património cultural, constando entre os pontos, a discussão sobre a integração do Cuito Cuanavale na lista indicativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) para a inscrição como Património Mundial.
Filipe Zau sublinhou a importância da participação da África do Sul e dos demais países envolvidos no conflito, reafirmando que a inscrição do Cuito Cuanavale como Património Mundial será uma vitória para toda a África Austral, com o consequente reconhecimento, a nível mundial, de um evento que tanto sacrifício custou a todos países envolvidos.
Por sua vez, o seu homólogo Gayton McKenzie, anunciou à obtenção dos fundos para a realização de um filme ou documentário sobre a batalha do Cuito Cuanavale, que retratará a história da maior e mais longa batalha registada na África Subsaariana.
“A produção deste filme será conjunta entre angolanos, sul-africanos, namibianos, cubanos e russos, de modo a que este importante pedaço da história conjunta seja contada de forma fiel por todas as partes envolvidas”, referiu o ministro do Desporto, Artes e Cultura da África do Sul.
De realçar que, em Dezembro de 2024, aquando da visita oficial do Presidente da República, João Lourenço, à África do Sul, um importante memorando de entendimento foi assinado pelos ministros da cultura dos respectivos países estabelecendo acções concretas voltadas para a preservação e valorização do património histórico e cultural, ligado à luta pela independência das duas nações.
Entre os vários pontos do memorando, consta a exumação e repatriação de corpos dos nacionalistas sul-africanos, tombados em Angola durante a luta de libertação da África do Sul contra o regime do apartheid, bem como as obras de reconstrução da “casa de trânsito de Viana”, em Luanda, onde muitos nacionalistas sul-africanos foram albergados no período de luta para a requalificação a sítio de memória.
Texto: NBS