Jornal ÉME – 04.02.22 – O antigo guerrilheiro, Adelino Contreiras da Piedade d´Olim, considerou nesta quinta-feira (03) em Luanda, o ataque desencadeado no dia 4 de Fevereiro de 1961, por patriotas angolanos à Cadeia de São Paulo e à Casa de Reclusão, um acto heroico para o povo angolano.
Adelino da Piedade d´Olim teceu estas considerações durante uma entrevista ao Jornal ÉME, no âmbito das celebrações do “4 de Fevereiro de 1961” data do início da Luta Armada de Libertação Nacional.
Natural da província de Luanda, Adelino da Piedade d´Olim nasceu aos 30 de Setembro de 1947, e ingressou na luta clandestina em 1962, onde ficou enquadrado numa célula, que tinha por missão a distribuição de panfletos, mobilização das massas, assim como efectuar a quotização para ajudar os presos políticos.
Explicou, que o ataque às cadeias tinham por fim único, a libertação dos presos políticos angolanos que se encontravam encarcerados, acusados pelas autoridades coloniais portuguesas de promoverem actos de subversão.
Ao falar sobre a importância da data, sublinhou que, a efeméride se reveste de grande significado, por ser o primeiro passo que os angolanos deram, para a conquista da Independência Nacional, “daí a necessidade de se honrar e louvar a atitude de homens com catanas nas mãos enfrentaram as cadeias que estavam a ser vigiados por elementos com armas de fogo”.
Segundo o interlocutor, a PIDE criou vários grupos de milícias, que no período nocturno entravam nos musseques para tirar a vida de todos os cidadãos que se identificassem com a causa da libertação de Angola.
O entrevistado apontou como grande ganho o acto de bravura e a coragem de valorosos combatentes, o despertar do povo angolano, de que era preciso lutar contra todas as forças para se alcançar a liberdade do regime colonial português.
Por outro lado, Adelino da Piedade d´Olim adiantou, que o povo teve consequências muito desastrosas com a resposta do inimigo, onde foram registadas a morte de milhares de angolanos, através de massacres sucessivos, porque temiam a continuidade de novos ataques.
O camarada Adelino da Piedade d´Olim defendeu a necessidade do reconhecimento e apoio pelos feitos de todos aqueles que iniciaram com a Luta Armada de Libertação Nacional, “porque aquele que dá o primeiro passo, podemos considerar que este é o mais importante”.
“Mesmo que muitos já são falecidos, devemos continuar a honrar, apoiar as suas famílias, viúvas, órfãos, porque eles merecem tudo pelo que fizeram por esse país. Temos visto apoio à alguns mais conhecidos, mas este apoio não é generalizado”, acrescentou o interlocutor.
DN/HT